Dados sobre as condições de trabalho, perfil de saúde e nutrição de agricultores familiares de Teresina – PI, Brasil

Autores

  • Mônica Sabrinny Farias Mendes Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI) http://orcid.org/0000-0002-8045-498X
  • Norma Sueli Marques da Costa Alberto Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)
  • Amanda Valéria Souza Guimarães Rocha Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)
  • Antenor Victor Gomes Aguiar Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)
  • Maria Edna Rodrigues de Lima Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)
  • Theonas Gomes Pereira Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)

Palavras-chave:

Associação de agricultores, Segurança alimentar e nutricional, Saúde da comunidade

Resumo

A agricultura familiar carrega a promessa de adotar práticas agrícolas e contribuir para a soberania e segurança alimentar e nutricional. A saúde dos agricultores é condicionada por fatores sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais relacionados ao perfil de produção e consumo, além dos riscos de natureza físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos presentes nos processos de trabalho. Objetiva caracterizar o perfil de saúde e nutrição de agricultores familiares de Teresina – PI, na perspectiva de identificar e prevenir possíveis riscos no grupo. A Metodologia consiste de um estudo de caso descritivo e transversal, realizado em uma zona rural de Teresina. Participaram agricultores familiares de ambos os gêneros, com idade acima de 20 anos, que trabalhavam na horta há, pelo menos, quatro meses. Para a coleta de dados realizou-se entrevista, que envolveu aspectos socioeconômicos, estilo de vida, situação de saúde autor referida, avaliação do consumo alimentar e antropometria. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Uninovafapi (nº 2.534.540). Participaram 20 agricultores familiares, 50% de cada sexo, a maioria percebiam-se de cor parda e tinham idade entre 40 a 59 anos. Quanto às condições de saúde, pouco mais da metade consideraram o estado de saúde de ruim a regular e não praticavam atividade física; pouca prevalência de fumantes. Sobre o tempo de trabalho na horta, variou de 01 a 20 anos. A maior parte consideraram as condições de trabalho de boa/ótima e, todos referiram estar satisfeitos/muito satisfeitos trabalhando nessa área. O estado nutricional mais prevalente entre os agricultores adultos foi o excesso de peso, sendo maior entre os homens. Já nos idosos, foi identificada a prevalência maior nas mulheres. O risco elevado para doenças metabólicas e cardiovasculares estava presente em ambas faixas etárias, sendo maior entre os idosos; o risco muito elevado foi identificado apenas nas mulheres adultas. Em relação ao consumo alimentar, 95% dos agricultores consomem alimentos in natura, e, 25% consomem alimentos ultraprocessados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mônica Sabrinny Farias Mendes, Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)

Graduanda em Nutrição pela UNINOVAFAPI – Centro Universitário Uninovafapi.

Norma Sueli Marques da Costa Alberto, Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)

Doutoranda em Saúde, Ambiente e Sociedade. Professora da UNINOVAFAPI – Centro Universitário Uninovafapi.

Amanda Valéria Souza Guimarães Rocha, Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)

Graduanda em Nutrição pela UNINOVAFAPI – Centro Universitário Uninovafapi.

Antenor Victor Gomes Aguiar, Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)

Graduando em Nutrição pela UNINOVAFAPI – Centro Universitário Uninovafapi. antenor-aguiar30@hotmail.com

Maria Edna Rodrigues de Lima, Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)

Mestranda em Saúde da Família. Professora da UNINOVAFAPI – Centro Universitário Uninovafapi. melima@uninovafapi.edu.br

Theonas Gomes Pereira, Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI)

Doutoranda em Saúde da Criança e da Mulher. Professora da UNINOVAFAPI – Centro Universitário Uninovafapi. tgpereira@novafapi.com.br

Referências

ALTAFIN, I. Reflexões sobre o conceito de agricultura familiar. Brasília: CDS/UnB, 2007. Disponível em: http://mstemdados.org/sites/default/files/Reflex%C3%B5es%20sobre%20o%20conceito%20de%20agricultura%20familiar%20-%20Iara%20Altafin%20-%202007_0.pdf. Acesso em: 02 dez. 2019.

AMERICAN COLLEGE OS SPORT MEDICINE. Guidelines for exercise testing and prescription. 8. ed. Philadelphia: Williams & Wilkins, 2007.

AMERICAN HEART ASSOCIATION. Recommendations for physical activity in adults. 2010. Disponível em: http://www.heart.org/HEARTORG.GuettingHealthy/PhysicalActivity/StartWalking/American-Heart-Association-Guidelines_UCM_30. Acesso em: 30 set. 2018.

BARRETO, S. M.; PINHEIRO, A. R. O.; SICHIERI, R.; MONTEIRO, C. A.; BATISTA FILHO, M.; SCHIMIDIT, M. I.; LOTUFO, P.; ASSIS, A. M.; GUIMARÃES, V.; RECINE, E. G. I. G.; VICTORA, C. G.; COITINHO, D.; PASSOS, V. M. de A. Análise da estratégia global para alimentação, atividade física e saúde, da Organização Mundial da Saúde. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília-DF, v. 14, n. 1, p. 41- 68, mar. 2005.

BARROS, M. B. A.; FRANCISCO, P. M. S. B.; ZANCHETTA, L. M.; CESAR, C. L. G. Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003 – 2008. Rev. Cien. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 16, n. 9, p. 3755-3768, 2011.

BARTH, M.; RENNER, J. S.; NUNES, M. F.; SANFELICE, G. R. Características do trabalho na agricultura familiar e sua influência na emigração dos jovens. Iluminuras, Porto Alegre, v. 17, n. 41, p. 256-276, jan./jun. 2016.

BATISTA, L. M. G. Condições de saúde e nutrição de agricultores familiares e suas percepções sobre a participação no programa de aquisição de alimentos, do município de Ubá (MG). 2015. Tese (Doutorado em Agroecologia), Universidade Federal Viçosa, 2015.

BRASIL. Lei n° 11.346, de 15 de Setembro de 2006. Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional. Dispõe sobre Criação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Diário Oficial da União. Brasília-DF, 2006.

BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de Julho de 2006. Lei da Agricultura Familiar. Estabelece as diretrizes para a formulação da política nacional da agricultura familiar e empreendimentos familiares rurais. Diário Oficial da União. Brasília-DF, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 160p. il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 128 p. il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 212p. il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 38).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira: dê à sua alimentação a importância que ela merece: a escolha dos alimentos. Brasília: Editora MS, 2016. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/escolha_dos_alimentos.pdf. Acesso em: 12 nov. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: norma técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN. Brasília: Ministério da Saúde, 2011, 76 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2008, 61 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.

CONTERATO, M. A.; SCHNEIDER, S.; DEL RÉ, M.; GOMES, C. A.; RAMBO, A. G. O índice de condições de vida (ICV) como instrumento para a gestão territorial do desenvolvimento rural. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER), 50., 2012, Vitória-ES. Anais […]. Vitória-EP: SOBER, 2012.

CODO, W. Um diagnóstico do trabalho: em busca do prazer. In: TAMAYO, A.; BORGESANDRADE, J.; CODO, W. (ed.). Trabalho, organizações e cultura. São Paulo: Cooperativa de Autores Associados, 1997. p. 21-40.

COSTA, L. C.; THULER, L. C. S. Fatores associados ao risco para doenças não transmissíveis em adultos brasileiros: estudo transversal de base populacional. Rev. Bras. Estud. Popul., São Paulo, v. 29, n. 1, p. 133-45, jan./jun., 2012.

DIAS, E. C. Condições de vida, trabalho, saúde e doença dos trabalhadores rurais no Brasil. In: PINHEIRO, T. M. M. (org.). Saúde do trabalhador rural – RENAST. 2006. p. 01-27.

GOULART, F. A. A. G. Doenças crônicas não transmissíveis: estratégias de controle e desafios para os Sistemas de Saúde. Brasília-DF: Ministério da Saúde, 2011.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Agricultura familiar: resultados definitivos. Censo Agropecuário. IBGE, 2017.

ISER, B. P. M.; CLARO, R. M.; MOURA, E. C. de.; MALTA, D. C.; MORAIS NETO, N. O. L. Fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis obtidos por inquérito telefônico – VIGITEL Brasil – 2009. Rev. Bras. Epidemiol, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 90-102, 2011.

MARTINS, A. P. B.; LEVY, R. B.; CLARO, R. M.; MOUBARAC, J. C.; MONTEIRO, C. A. Participação crescente de produtos ultraprocessados na dieta brasileira (1987-2009). Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 47, n. 4, p. 656-665, ago. 2013.

MARX, K. Os manuscritos econômicos e filosóficos. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1993.

MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. K. R.; BARROS NETO, T. L. Atividade física e envelhecimento: aspectos epidemiológicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói-RJ, v. 7, n. 1, jan./fev., 2001.

MATTEI, L. F. Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA): antecedentes, concepção e composição geral do programa. In: Cadernos do CEAM, 7., 2007, Brasília-DF. Anais […]. Brasília-DF: CEAM, 2007. p. 33-44.

MONTEIRO, J. P. R.; MONTEIRO, M. S. L. Hortas comunitárias de Teresina: agricultura urbana e perspectiva de desenvolvimento local. Rev. Iberoamericana de Economia Ecológica, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 47-60, 2006.

NAJAS, M.; YAMOTTO, T. H. Cartilha de nutrição na maturidade: avaliação do estado nutricional de idosos. [S. l.: s.n.]. mar. 2014. Disponível em: http://www.ufjf.br/renato_nunes/files/2014/03/Avallia%C3%A7%C3%A3o-do-estado-Nutricional-de-Idosos.pdf. Acesso em: 30 abr. 2019.

PAULA JÚNIOR, C. A. Caracterização da atividade física, composição corporal e força muscular da população rural e urbana. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Goiânia, 2017.

PEREIRA, V. V. V. R..; BAZOTTI, A. Ruralidade, agricultura familiar e desenvolvimento. IPARDES: Nota técnica n. 16. Curitiba, 2010. Disponível em: http://www.ipardes.gov.br/biblioteca/docs/NT_16_ruralidade_agric_familiar_desenv.pdf. Acesso em: 13 dez. 2019.

PERESTRELO, J. P. P.; MARTINS, I. S. Modernização rural: transformações econômicas e suas implicações demográficas, epidemiológicas e nutricionais nos municípios de Monteiro Lobato e Santo Antônio do Pinhal. Rev. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 38-55, jul./dez., 2003.

PLOEG, J. D. V. D. Dez qualidades da agricultura familiar. Agriculturas. Experiência em Agroecologia, Rio de Janeiro, v. 1, número extra, p 1-16, fev. 2014.

PORAZZI, F. Agricultores ecológicos e relações entre estado nutricional, alimentação e agrobiodiversidade. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, 2013.

QUEIROZ, A. C. C.; KANEGUSUKU, H.; FORJAZ, C. L. M. Efeitos do treinamento resistido sobre a pressão arterial de idosos. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 95, n. 1, p. 135-140, jul. 2010.

SAMPAIO, L. R.; FIGUEIREDO, V. C. Correlação entre o índice de massa corporal e os indicadores antropométricos de distribuição da gordura corporal em adultos e idosos. Revista de Nutrição, Campinas-SP, v. 18, n. 1, p. 53-61, jan./fev., 2005.

SICHIERI, R.; COITINHO, D. C.; MONTEIRO, J. B.; COUTINHO, W. F. Recomendações de alimentação e nutrição saudável para a população brasileira. Arq. Bras. Endocrinol. Metab., São Paulo, v. 44, n. 3, p. 227-232, jun. 2000.

Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia. VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol., São Paulo, v. 107, n. 3, supl. 3, p. 01-83. 2016. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf. Acesso em: 09 set. 2019.

VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, G.; KAC, G.; VALENTE, J. G.; TAVARES, R..; SILVA, C. Q.; GARCIA, E. S. Evaluation of waist circumference to predict general obesity and arterial hypertension in women in Greater Metropolitan Belo Horizonte, Brazil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 765-771, mai./jun., 2002.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: World Health Organization, 2000. (WHO Technical Report Series, 894).

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Waist circumference and waist–hip ratio: report of a WHO expert consultation. Geneva: World Health Organization, 2008. Disponível em: http://whqlibdoc.who.int/publications/2011/9789241501491_eng.pdf. Acesso em: 30 maio 2019.

Publicado

2019-12-27

Como Citar

FARIAS MENDES, Mônica Sabrinny; MARQUES DA COSTA ALBERTO, Norma Sueli; ROCHA, Amanda Valéria Souza Guimarães; AGUIAR, Antenor Victor Gomes; DE LIMA, Maria Edna Rodrigues; PEREIRA, Theonas Gomes. Dados sobre as condições de trabalho, perfil de saúde e nutrição de agricultores familiares de Teresina – PI, Brasil. Revista Eletrônica Competências Digitais para Agricultura Familiar, Tupã, São Paulo, Brasil, v. 5, n. 2, p. 144–177, 2019. Disponível em: https://owl.tupa.unesp.br/recodaf/index.php/recodaf/article/view/105. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigo